quinta-feira, dezembro 06, 2007

Perto demais

Bem, nesses canais por aí de tv passou um filme que eu já deveria ter visto há tempos, bom, o nome não parece atrativo, mas a trama do filme é simplesmente fantástica! Dinâmico, cru e o melhor, as coisas acontecem como na vida real...Raro ver isso em Hollywood...
POis bem, após ver o filme, fui procurar algumas críticas sobre o mesmo para saber se eu apenas havia me empolgado por pouco e tido um interpretação muito introspectiva ou se o filme era mesmo para dar essa sensação do tipo: "Pooo...num é?!"
Vou colocar uns trechos de uma crítica sobre o filme, que achei bem oportunas, de fato expressam o teor do filme.

Pois o que você imagina que irá acontecer quando você se apaixonar? O que espera ganhar? Você quer que a pessoa torne-se parte de você? Que a companhia dela seja o bastante? E se, por acaso, um de vocês desistir ou mudar de opinião? o que realmente nos leva à fidelidade sexual, de qualquer jeito? Você estaria disposto a arrasar a pessoa que você arrastou para sua ilusão de como a felicidade deveria ser, apenas para tentar ver se você consegue ser apenas um pouquinho mais feliz com outra pessoa? Isso é correto? E quando contamos a verdade, somos mais heróicos do que quando mentimos, mesmo que a verdade irá arrasar vidas e corações para sempre?
A resposta em "Closer", se é que há uma, é que no momento em que pararmos de idealizar romances (que são uma distração, mas não são amor de verdade), poderemos realmente desfrutar de quem está ao seu lado, realmente descobrir as pessoas com quem vivemos e, portanto, nossos relacionamentos. O filme acaba se tornando um conto sobre duas pessoas que acabam descobrindo o valor do que tem, duas que acabam se perdendo e onde as verdades nada valem. "Closer" é perfeitamente cruel, verdadeiro, revela a hipocrisia dos relacionamentos modernos sem pregar soluções (as perguntas feitas acima permanecerão sem respostas), mas indicando onde a sociedade deslumbrada pelas belezas do sexo enfurnou a conexão espiritual com outro ser humano: atrás das caixas de papelão de um sótão empoeirado. "Closer" é um tapa na cara de quem usa o cinema como combustível para fantasias escapistas de romances maravilhosos. Não é que o amor não exista, mas é inegável que "Closer" advoga muito bem a afirmação contrária.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Ora direis....

Não sei quando e nem o porque, mas sempre vêm à minha mente essa frase: "Ora direis, ouvir estrelas!". Resolvi fazer uma cordial homenagem à minha mente com o poema na íntegra...
E porque nem sempre buscar sentido é o que deve ser feito.

"Ora (direis) ouvir estrelas!
CertoPerdeste o senso"!
E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las,
muita vez desperto e abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,Cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

Olavo Bilac.