terça-feira, agosto 28, 2007

Ela sabe o que faz

Num determinado dia, alguém havia lhe dito que sua vida era de certa forma, um mundo de fantasias. Quando ela ouviu isso, fingiu não dar a mínima importância, mas, em seu interior, sentiu-se bastante incomodada. Como poderiam entrar em suas defesas de tal forma? Quem tinha esse direito de dizer o que se passa com cada um? Ficou bastante magoada com aquela constatação, afinal, ela não via nenhum mal em ser dessa forma, se refugiava sendo assim, se abrigava em si mesma.

Isso que ouviu de fato afetou o seu dia, passou então a tentar pensar um pouco mais sobre isso, o que, de certa forma, não havia sido uma boa idéia.

Tirando todas as ocupações de uma rotina normal, em determinado momento ela se via totalmente distante de tudo que era físico, havia somente um imenso campo de sentimentos e sensações, silêncio, muito silêncio.

Tentou por bruto modo se dar por si, mas não conseguia voltar à realidade, não conseguia. Algo a chamava para continuar naquele transe inafastável. Conseguiu, ao poucos, perceber que estava sozinha em seu quarto, conseguiu, aos poucos ir acordando para a realidade e controlar as fugas de sua alma.

Quando conseguiu voltar para o mundo físico, ouvia uma música de Bob Dylan (ou quem quer que fosse...) tocando ao fundo, e nem mesmo se lembrava que fora ela mesma quem colocara aquele CD, há algum tempo já. Já não havia mais silêncio no ambiente, somente por dentro dela havia silêncio.

Não mais estava inquieta com as coisas que antes a atormentavam, o telefone toca e ela desperta por completo, era o seu namorado que ligava.

“-Ei...O dia ainda não acabou! Acorda! Vamos!”

A vida, sim.

quinta-feira, agosto 23, 2007

Tratado moral

Resolvi mudar um pouco por conta desses dias. Acho que acabei encontrando uma solução para algumas coisas, mas, enfim, é sempre o que eu acho quando eu me atrevo a interpor algumas mudanças de comportamento por conta própria. Quem está de fora nada entende. Nem deve.

Falando por auto, a questão passa ser enfocada em diferentes status, um deles é no que tange à imprevisibilidade, pois bem, acho mais interessante agir dessa forma agora. Antes, o que era previsível, não mais o é. Esse é um substancial aspecto de mudança, que, de fato, irá interferir em toda minha esfera de convívio social ou mesmo dentro das minhas frustradas tentativas de socialização...hehehe

Não importo.

Traçando-se novos objetivos, almejam-se novos horizontes, o mundo muda, você precisa mudar com ele, pois como disse Éfeso:

“Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio, porque as águas não são as mesmas e você não é o mesmo.”

quinta-feira, agosto 16, 2007

Utilidade pública - II

Conforme é notório, o blog não recebeu novas postagens durante esses últimos dias, tenho andado fora do ar em assuntos virtuais em virtude do tempo que me fora tomado em prol de outros projetos.

No mais, encerrando-se esse lapso temporal, o blog receberá novas postagens! Sendo mais específico, na próxima semana.

Até!

sexta-feira, agosto 10, 2007

Lírios aos anjos

*Parafraseando
Ah, se ser feliz ainda me fosse uma ponte para alcançar a paz. Por que não querida? Já fez sentido se um dia proclamasse seus planos e promessas para não comprometer o momento?

E eu não sei como preencher o vazio destes nossos passos. Eu não sei quando comecei a atirar lírios aos anjos...

Talvez seja necessário algo além de um sorriso incapaz de me prender a atenção, mas foi legal estarmos juntos esperando o calor tomar corpo.

A única certeza é que eu quero parar de fingir não ver nos dias um caminho cada vez mais longo. Nem mesmo posso continuar a acreditar que a vida seja algo tão distante...

Entregaram-me os jornais de meses que eu só queria deixar para trás, me contaram os finais de todos os filmes que pensava em assistir. Enfim, deixe o vento carregar tudo que me leva adiante
.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Agradeço a visita!

É bem verdade que meus textos não são os primores da alegria, e nem mesmo estão lá para isso. Não é possível queiram alguma coisa do tipo de um comercial de margarina, pra quem se lembra dos comercias com a música “All happy day”.

Go fuck! Portanto, não creio que minha forma de escrever se modifique, mesmo com algumas considerações dos meus caríssimos (de fato) e assíduos (essa é mentira) leitores. Enfim, tenho recebido muitas críticas sobre o blog. Complicado mudar tudo isso, haja vista que ele se tornou um ente virtualmente personificado, por mim, é claro.


Desta forma, é isso que estão falando pelos botecos da vida:

-Você não sabe o que anda escrevendo? Não são seus pensamentos?

-Adoro quando você fala dos olhares!

-Seus textos são densos, intensos. Eu os sinto em mim.

-Sabe, às vezes dói ler o que você escreve, ando preocupada com você.

-Tá tudo bem? Manda notícias!

-Não vai mais postar?

-Não suporto mais suas lamentações.

-Ahhh, não curto muito os diálogos não...

-Okay. Depois eu leio.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Palavras, pensamentos e divagações - I

Ao longo dos anos consegui puramente avançar com minha grande arte da prolixidade das coisas. Dessa forma, acabo até mesmo complicando as coisas para mim mesmo. O pior de tudo é que não aplico essa arte tão somente nas palavras faladas, mas também nas palavras pensadas.

Por que esse não seria um motivo de algumas confusões mentais e devaneios? Claro, de fato pode ser um dos fatores. Então, me sinto Doutor na arte de complicar as coisas, e o pior, para mim e para os outros.

Posso responder coisas complexas com habilidade e às vezes acabo sendo traído pelas coisas mais simples da vida. Vê se pode?!

Tem muita coisa muito óbvia que eu me perco pensando, parece que nesse caso ocorre uma coisa mais complexa, pois, assim como tudo na vida, quem pode o mais pode o menos (frase muito utilizada ao longo do curso de Direito)... Então seria dizer que quem pensa o mais, pensa também o menos! Mas não é o que ocorre.

Talvez, isso tudo pode ser porque as coisas mais simples que nos cercam são coisas ilógicas, e eu tenha desenvolvido meu pensamento muito voltado para o lado lógico, com alguma pitada de emoção nas horas mais inconvenientes da vida. Esse sou eu.

Somente com a inter-relação entre pessoas que isso pode melhorar com o tempo, e pra falar verdade, não sei dizer se me interessaria muito por isso. Ta certo, às vezes é legal, mas eu ainda prefiro ser mais o que sou.

As coisas mais idiotas e simples me deixam encabulado por longo tempo. Pra mim, fica de difícil aceitação algumas coisas. Mas vai lá, não dá pra se fazer muita coisa para mudar não. Bacana é poder pensar e acabar admitindo algumas fraquezas, tal como fiz agora.

Se essa fosse a única, estaria feliz, mas com ela, tenho várias e várias outras!

Como cantou aquele grande músico brasileiro: "Quero me encontrar, mas não sei onde estou/ Vem comigo procurar algum lugar mais calmo /Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita / Tenho quase certeza que eu não sou daqui(...)"

E por aí vai...



quinta-feira, agosto 02, 2007

Vai ver é assim mesmo e vai ser assim pra sempre

Curioso como os dias mudam mesmo a nossa vida e a nossa perspectiva. No começo dessa semana, o sábado amanheceu nublado por aqui, se não me engano a última vez que isso ocorreu fora bem no finalzinho de 2006. O dia amanheceu nublado ensaiando uma queda de temperatura que veio a ocorrer no início desta semana...

Normalmente eu costumava a gostar muito disso, mas naquele sábado nostálgico não estava legal, não daquele jeito. Estranho, basta uma mudança climática para vir à tona algumas lembranças, como até mesmo a roupa que se veste, a música tocada, o sabor do chicletes, o cheiro lançado ao ar, o caminho percorrido e as pessoas que você vê naquele ou naqueles dias...

Não basta dizer que está livre de algumas coisas na sua vida e de que o tempo cuidará de apagá-las da sua memória. Irreal. Não há como ler um livro e entendê-lo sendo que algumas páginas foram-lhe arrancadas. Penso que deva ser assim na nossa vida também, afinal, ambos tratam de uma história, diferindo-se no modo de contar.

Portanto, as coisas de que você não quer lembrar ou mesmo não faz questão de lembrar, sempre virão à tona quando você menos espera, e, geralmente trazidas por fatores supervenientes, tal como o nefasto dia nublado de um sábado...

Absolutamente isso tem uma repercussão mental, pode até fazer com que seu dia não seja aquela maravilha, mas também não é o fim. Enfim, nada será superado, nada será apagado, nada será substituído, nada será restabelecido. Os fatos fazem parte da sua vida, e ocupam espaço na sua cabeça e de lá não sairão. Eles são renovados, ressucitados e trazidos à tona por simples lembranças e recordações, que geralmente nos pegam de surpresa... É isso.