quinta-feira, maio 26, 2011

É vício não querer viver



O maior vício da humanidade em todos os tempos é o de procurar pela ferida já quase cicatrizada, sangrar a cicatriz, deixar sangrar de verdade. Depois que sangra, reclama. Mas não é masoquismo ou mesmo culto à dor, é apenas a necessidade irremediável de testar se ainda há vida ali, verificar a fragilidade da alma e de todo nosso interior. É uma maneira simples de provar que há sentimento. É um paradoxo sádico: “vou me matar, se eu morrer é porque estou vivo”.



Ah, como eu gosto!

quinta-feira, maio 12, 2011

Dentre idas e vindas, promessas e nostalgia*

*Ou mesmo o esboço de uma teoria falida


...e são aquelas promessas feitas a dois é que, muitas vezes, aquele que propõe é quem, de fato, acredita na sua realização ou pelo menos quer acreditar. À outra parte cabe ser conivente, assentindo sem pensar direito na responsabilidade da aprovação, é uma postura até confortável por vezes. E tudo está bem até que se coloca no caminho o momento em que é preciso decidir se vai mesmo se fazer de fato aquilo ou não. A partir daí, desencadeiam-se uma serie de acontecimentos, dos quais se descobre que as visões são diferentes, que os momentos são incompatíveis, que as expectativas são outras. Enfrenta-se a dor e o ônus de se desfazer os castelos de areia montados ingenuamente, enquanto se sente os grãos de um sonho que nunca vai se concretizar escorrendo de forma cruel pelas mãos, com algum excesso de peso de culpa. As palavras ditas não valem registro, as escritas já foram apagadas. E aquele que propôs tudo descobre que está sozinho, e que talvez sempre tenha estado, enquanto a outra parte, que um dia aparentou estar ali, já encaminha os planos de um futuro qualquer distante dali, bem distante.


É assim que termina, com um “esquece que eu existo” ou “você vai viver melhor sem mim”.


É essa a teoria, mas sempre há alguém para colocá-la em prática.



Ps.: Esse post é dedicado á uma situação vivida por uma pessoa próxima, e creio que ilustra também a de mais pessoas.