quinta-feira, fevereiro 24, 2011

A incansável briga por alimento de Rodolfo Valentino





E a gente passa a vida inteira tentando nos proteger de nós mesmos. Ficar tentando ter e/ou buscar um equilíbrio que a gente sabe que não existe. Não existe ninguém equilibrado não.

Estudamos muito, trabalhamos mais ainda, consumimos demais, falamos muito, crescemos, aprendemos; compramos casas, carros, viagens, planejamos diversões... E tudo isso sabe pra quê? Para acalmar nossos demônios.

Deixá-los tranqüilos dentro de nós, dando a eles o alimento necessário.

Só que no fundo todo mundo sabe que somos aquelas mesmas criancinhas cruéis, que davam apelidos horríveis aos coleguinhas, que faziam brincadeiras unilateralmente engraçadas com pessoas escolhidas a esmo por pouco tempo de convívio.

Tudo isso nos primeiros anos de convívio social...

É a natureza, nascemos assim. Com muito prazer em afirmar todas as coisas que nos dizem para não sermos.

A gente gosta mesmo é de bancar o bandido, de fazer o errado, de quebrar as coisas... Mas...Vivemos nos educando para não ser/fazer isso.

A cada vez que suportamos pessoas que detestamos e que resolvemos brigas que queríamos deixar para trás, que sorrimos com gosto de fel na boca...

A gente gosta mesmo é de dizer que somos CIVILIZADOS, não é mesmo? Mas tem dia que dá vontade de sair correndo, gritando e tacando fogo em tudo.

E num desses devaneios que penso o quão idiota é o ser humano. Já já suas criancinhas internas estarão sedentas e com fome, dê-lhes algo! Alimente-os! Reeduque-se! Controle-se!



"(...)Pra cidade cinza eu travo meus dentes.
Com o olhar vermelho cuspo aguardente.
Me passam rasteiras, me fazem chorar
de ódio, de medo de não suportar.
Meu vício é ser vivo.
Meu sangue é valente.
Guerreiro nas ruas, sou sobrevivente.
Eu grito e a fumaça me faz sufocar. "