quinta-feira, março 04, 2010

Santo Ódio - I


E eu fico pensando sobre essa onda toda de violência que invadiu o mundo e cada dia vem se tornando mais gritante. Vivendo e pensando, acabo chegando à algumas conclusões momentâneas e legais!


Pois bem, há poucos dias eu vi uma reportagem sobre um camarada que entrou no ônibus e pediu delicadamente para um outro abrir a porra da janela do veículo coletivo, haja vista o calor que deveria viver dentro do ônibus e o tal sujeito simplesmente indeferiu seu pedido. Daí ele resolveu, em sede de recurso de apelação, sacar sua arma e desferir um disparo contra o sujeito da negação, por inoportuno, ceifou-lhe a vida. Não sei da fundamentação de tal decisão, nem mesmo do contexto, mas faço meus julgamentos tão somente sobre as informações que me são passadas, escassas talvez, mas dignas para eu omitir minha opinião. Não vale de nada não, mas vamos lá.

Eu acho legal, o cara deve ter tido um dia de cachorro, com nego enchendo a porra do saco dele o dia todo, o dinheiro não aparece na conta, o trabalho é executado religiosamente, dia após dia, mas não tem resultado. Daí ele sai do serviço e vai para o ponto de ônibus, sob uma chuva que o guarda chuva dele se recusou à prestar seus serviços com a eficiência almejada. Por fim, se molhou todo e ficou no ponto aguardando “sorridente” a boa vontade de seu ônibus lotado e predileto passar por lá.

Observou por alguns instantes os veículos que passam à sua frente na avenida, com os vidros totalmente fechados, ar condicionado ligado, tranquilos, serenos no seu mundo fechado. Quando, de repente, é presenteado com uma rajada de água fria e imunda ocasionada pela delicada passagem de algum dos veículos retromencionados.

Entrou no ônibus, um fedor que não se sente nem no quinto dos infernos, um monte de gente com um monte de bagulho e mala, sendo que no veículo era impossível ultrapassar a roleta, teve que aguardar na parte da frente do veículo. Àquela altura a chuva já havia cessado, mas o tom de voz alto e a falta de educação das pessoas de lá não. Remoeu um monte de situações da sua vida, adversas, e processou tudo isso rapidamente diante do indeferimento do seu simples pedido de abrir a janela, daí retirou sua arma e desferiu um tiro.

Ele tentou resolver numa boa, dessa vez não deu...

Foi um homicídio social, foi um homicídio do Estado! Ele não faria isso, mas as condições, desta feita, o fizeram fazê-lo. Ele queria na verdade era matar o Estado que caga e anda para ele.

Daí alguém me pergunta: Quer dizer então que porque minha vida não tá do jeito que eu quero eu vou sair por aí atirando em todo mundo?

Resposta: Eu não sei! Faça o que você achar mais justo com você mesmo, afinal, é você quem vai se foder mesmo...

É isso, eu não tenho solução para nada, eu não estou aqui para solucionar nada, não sou pago para apontar solução para isso. Só digo que é isso que tá rolando hoje...

Para o post não ficar muito grande, pretendo continuar narrando algumas coisas dessa mesma essência que tenho observado no fim dos tempos.