quarta-feira, outubro 20, 2010

Eu falo sério, mais uma conclusão periódica

E consigo sair do meu castelo, me puxo para cima, levantando os olhos de uma forma tão serene e hostil, quanto o silêncio do impacto da bomba nuclear naquela cidade japonesa, numa pacata manhã.

Sigo meu caminho, ou será que seria esse caminho quem me segue? Ando, penso, por vezes duvido da minha existência, mas sei que tudo que existe em volta é, de fato real, e pode me matar.
Meus hematomas vão ficando cada vez mais latentes, os ossos doem, a cabeça começa a falhar com certa constância. Parece que estou morto, morto e tão feliz.

Acendo mais um cigarro de estopim, mais uma dobra nas mangas da minha camiseta já bem velha e desgastada, além de vivida também. o Calor está de matar. parece que estive numa briga. Aliás, eu estou numa briga, numa eterna briga com a vida. Na verdade, bem no fundo da verdade, esses hematomas são meus amigos.

Minha calça já velha, junto com minha alma suja caminham. Me lembro de jogos do Atari, onde eu controlava o camaradinha. Por vezes me sinto assim, e sempre que me lembro, faço questão de fazer de tudo bem diferente. Não quero aceitar isso. A verdade é que eu nem sei como esse corpo caminha, mas caminha.

Chego a pensar que sou um eterno devorador de solidão, e de solidão em solidão vou completando a minha. Eu tento, eu penso e por vezes eu costumo agir.