quarta-feira, abril 06, 2011

Metamorfoseando


Tem horas que eu gostaria de saber o momento exato, as palavras exatas, o local adequado para a vírgula e afins, a hora certa de frear. Mas, é que sou acostumado às intensidades da vida, gosto muito de pouca coisa, sempre me vejo apegado a pisar fundo mesmo; sempre como se a oportunidade fosse única, independente do momento ser oportuno ou não. Assim, acabo assumindo riscos que não deveria e faço escolhas que poderiam ser perfeitamente evitadas se eu tivesse ao menos um pouco de prudência. (Reitero que estou em fase de transição temporal do verbo empregado neste texto*). O mais impressionante de tudo é que é tudo em velocidade máxima, o que, a priori não seria danoso se o mundo rodasse na mesma intensidade e outras pessoas me acompanhassem nisso. Todavia, não é o que ocorre, por obvio. Daí surge àquela sensação de descompasso que custa a sair de mim e o resultado muitas vezes tende ao nada. Daí em diante resta (ou restava?*) muito silêncio, angústia e sei lá mais o quê... ...E por não dar dois passos para trás antes de um para frente, como fazem as pessoas sensatas.


E eu juro que queria ter um freio eficaz, e acho que ele está se desenhando.


Que o diga Gregor Samsa.


Recomendo: A Metamorfose (Die Verwandlung, em alemão), é um conto escrito por Franz Kafka, publicado pela primeira vez em 1915.

3 comentários:

Eric Bustamante disse...

Como diriam os antigos: "Queria ter um bom bréque".

Gustavo Rodrigues S. Dias disse...

"Eu queria ter uma bomba, um flerte paralisante qualquer, pra poder me livrar do prático efeito..."

Abraço Eric!

Doroni Hilgenberg disse...

Interessante e reflexivo seu texto. Na verdade a vida é tão curta e vc curte o desejo de viver intensamente, e quem não se arrisca.. só que a maioria das pessoas são acomodadas por natureza e ai a impressão de ser e estar em descompasso com o mumdo. bjs
Ah... já li metamorfose e adorei!