Tem horas que eu gostaria de saber o momento exato, as palavras exatas, o local adequado para a vírgula e afins, a hora certa de frear. Mas, é que sou acostumado às intensidades da vida, gosto muito de pouca coisa, sempre me vejo apegado a pisar fundo mesmo; sempre como se a oportunidade fosse única, independente do momento ser oportuno ou não. Assim, acabo assumindo riscos que não deveria e faço escolhas que poderiam ser perfeitamente evitadas se eu tivesse ao menos um pouco de prudência. (Reitero que estou em fase de transição temporal do verbo empregado neste texto*). O mais impressionante de tudo é que é tudo em velocidade máxima, o que, a priori não seria danoso se o mundo rodasse na mesma intensidade e outras pessoas me acompanhassem nisso. Todavia, não é o que ocorre, por obvio. Daí surge àquela sensação de descompasso que custa a sair de mim e o resultado muitas vezes tende ao nada. Daí em diante resta (ou restava?*) muito silêncio, angústia e sei lá mais o quê... ...E por não dar dois passos para trás antes de um para frente, como fazem as pessoas sensatas.
E eu juro que queria ter um freio eficaz, e acho que ele está se desenhando.
Que o diga Gregor Samsa.
Recomendo: A Metamorfose (Die Verwandlung, em alemão), é um conto escrito por Franz Kafka, publicado pela primeira vez em 1915.
3 comentários:
Como diriam os antigos: "Queria ter um bom bréque".
"Eu queria ter uma bomba, um flerte paralisante qualquer, pra poder me livrar do prático efeito..."
Abraço Eric!
Interessante e reflexivo seu texto. Na verdade a vida é tão curta e vc curte o desejo de viver intensamente, e quem não se arrisca.. só que a maioria das pessoas são acomodadas por natureza e ai a impressão de ser e estar em descompasso com o mumdo. bjs
Ah... já li metamorfose e adorei!
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