terça-feira, fevereiro 27, 2007

"O grande mentecapto"

Olha só aquele sujeito, parece um ser incompleto, inacabado e que passa a vida a espera de algo. Até parece que leva a vida de uma forma provisória, como se estivesse esperando por algum grande advento.

Parece que ele gasta muito tempo pensando sobre isso, poderíamos chamá-lo de um “romântico-idealizador”, onde o que parece importar é passar pela dor da ansiedade da busca, e não realmente alcançar o objetivo.

Todos olham para ele e não entendem o porquê daquilo tudo. Alguns até pensam que ele não busca absolutamente nada, tão somente quer se passar por um insano em meio essa tempestade mundana; já outros vêem com outros olhos, acham que ele se tortura demais pelas coisas e até o aconselham a levar a vida de uma forma mais simples, tal como faz a maioria. Mas, pelo visto, ele não faz muita questão de dar ouvidos aos outros.

É que ele construiu uma realidade tão sólida na sua mente que ficou quase impossível abandoná-la, ele já havia a incorporado à sua personalidade.

Seu passatempo principal era sorrir para os outros, dessa forma não teria que ouvir perguntas as quais não teria a menor vontade de respondê-las. E dessa forma, ele conseguia enganar algumas pessoas, outras não. Essas outras ele até que conversava pois tinham algum vínculo de confiança e ele sabia até onde poderia ir em determinados assuntos.

Ele havia mudado bastante nesses últimos tempos, parecia não se importar muito com as coisas e sempre arrumava as desculpas mais esfarrapadas do mundo para poder adiar suas decisões, e o fazia com maestria.

Convenhamos que ele nunca fora um dos mais otimistas, seus pensamentos nem sempre eram dos mais positivos, mudava de idéia como mudava de roupa, de fato era um ser inconstante. E, mesmo assim, não se preocupava em dar ouvidos às pessoas a quem realmente deveria, agia como se estivesse entregue às adversidades da vida, digo, parecia.

Enquanto não aparecia ninguém capaz de pará-lo, ele vinha gastando sua vida de várias formas, sem se importar, sendo egoísta ao extremo, como se estivesse esperando algo ou alguém.

Após um período de semi-reflexão, ele se olha no espelho e tem uma visão surreal: cabelos grandes, barba por fazer e pesadas olheiras. E percebe que antes ele nunca havia se importado com isso, ou mesmo até se importava, mas não o bastante para poder buscar uma mudança substancial; porém, agora parecia diferente, ele conseguiu enxergar uma das coisas mais importantes da sua vida:

Que ele havia perdido o principal amor da sua vida, o amor a si mesmo...

3 comentários:

Anônimo disse...

de fato esse é o melhor post!
abraços

Anônimo disse...

Tenho que concordar que esse ficou bom mesmo...
hehehehe

Anônimo disse...

Fóda!