terça-feira, dezembro 29, 2009

Toda essência


Por muitas vezes já tomei esse tipo de decisão, creio que tem a ver com a minha época mental. Sou de lua. Não! Eu não farei nada ou, pelo menos, nada que me obrigue a fazer um esforço físico maior que mover os meus olhos.

Tirarei o dia para reavivar meu bem-estar, apesar de acreditar ser quase impossível, meu gosto pela vida e minhas forças para continuar, amanhã, essa rotina que me consome.

Eu tenho certeza que todos nós pelo menos um dia já sentimos essa vontade. Quando estamos cansados, não queremos falar com ninguém, ficamos mal-humorados e queremos apenas relaxar. Portanto, não me julguem...

E assim o fiz. Em mais uma vez na vida fiz o nada ou parte dele. Preciso que não me pergunte quanto tempo fiquei ali, parado, estático, como um vegetal sem luz e sem cor em um dia sem objetivo. Quase como um feto sem a mínima pressa para ser parido.

Totalmente inútil.

(Claro, nesse ponto eu pulei uma grande parte do dia. Aliás, esse texto esconde sim algumas nuances, mas que não combinariam tanto com o tom solitário da narrativa.)


Amanhecendo um novo dia, volto a minha rotina: acordo com muita relutância; dias corro para o chuveiro, noutros não; me visto; como algo; escovo os dentes e vou para o trabalho. Vejo as mesmas pessoas, os mesmos problemas... NADA mudou.

Voltando para casa, olho as pessoas ao meu redor. Percebo que a maioria delas se comporta como eu no dia anterior e pior, eu não fujo a regra! Nos preocupamos tanto com os nossos problemas que, no final do dia, não fazemos nada de útil. Há apenas o egoísmo pairando sobre nós, mesmo que sem querer, mesmo tentando ser altruísta.

Acabo por constatar que eu não sou egoísta porque nem em mim penso quando nada faço. Assim, o que importa não é necessariamente fazer algo... O conselho que dou, é apenas tentar ter gratidão, diariamente, pela oportunidade da vida. Faremos disso um exercício diário, no Livro dos Dias.

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