- Quando eu disse que tinha ódio, não estava falando de você.
- Não?
- Não. Não tenho ódio de você.
- Não?
- Não. Por que teria?
- Diga-me você.
- Eu falo é da vida, de mim.
(silêncio)
- Somos tão engraçados, nós dois.
- Diferentes demais.
- Semelhantes demais, eu diria.
- Tão semelhantes que chegamos a ser diferentes.
- Todo mundo é igual.
(silêncio)
- Desculpe.
- Você sabe que não precisa.
- Não, eu...
- Você foi ótima, a culpa não é sua.
- Então obrigada.
- Pelo quê?
- Pelas músicas. Pela noite. Pelo papo.
- Qualquer um canta uma música. Qualquer um te faz companhia numa noite, não?
- Não.
- Bom saber.
(silêncio)
- Eu acho que é isso.
- Podemos ir embora?
- Podemos.
- Algo mais a acrescentar?
- Te vejo em outra vida, quando nós dois formos alguma outra coisa, talvez leão marinho.
- Te procuro em outros corpos, juro que um dia te encontro.
(silêncio)
- Não me espere pra jantar e nem para mais nada, eu não volto.
- Eu sei. Nunca mais, não é?
- Talvez em outra vida.
- Talvez em outra vida.
(silêncio ad eternum)
3 comentários:
Triste, mas é assim...
vc é bom, kara! vô, marido da minha vó, te seguir. akele abraço.
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