segunda-feira, agosto 30, 2010

Tão Garcia Márquez feito um personagem de Cem Anos de Solidão


Para acabar com (des)agosto, segue o seco:

Nesse mundo de caos e coisas do mesmo gênero, existem pessoas que não são aquelas que a maioria está acostumada a encontrar por aí (e muito menos fazem questão de encontrá-las), existe sim um lado mais escuro e que faz com que essas pessoas não sejam a melhor companhia para um dedo de prosa ou coisa que o valha, ou não.

Nada mais é do que um lado da vida que muita gente quer fugir, fugindo, corrobora para que se construa com muito mais avidez esse lado das pessoas renegadas e deixadas em seu exílio.

Muito embora possam dizer que a cura é individual, eu realmente não sei o que dizer a não ser os inúteis clichês ditos em momentos como esse. De certo, se o digo, o digo com propriedade, vez ou outra sou atormentado por isso. Deve ser essa a minha sina, todo mundo tem a sua sina, uns escondem bem, outros não e já outros não fazem questão nenhuma de esconder, mesmo porque seria ignóbil.

Participo, assim como participava há alguns anos de um fórum de discussão sobre esse tema. Compreendo pela vida, pelo contato, pelo sentir o que se passa. A sensação de impotência diante de tanta coisa.

Tudo bem, não é o assunto mais legal, não incluem as pessoas mais legais, alegres e tudo mais. Eu acho isso muito mais orgânico, nesse mundo de plasticidade, é muito mais orgânico.

É interessante falar também sobre o desencanto que se instala sobre a pessoa, quando machucamos, tentamos prosseguir e certamente não conseguimos ser mais da mesma forma que éramos e nem mesmo acreditar na mesmas coisas e nas pessoas, tal como era antes. As estórias já não te encantam mais.

Assim, lendo, resolvi colocar alguns depoimentos para poder ilustrar mais sobre o que foi descrito, tendo como partida um questionamento sobre o que te deixa infeliz. Qual é teu problema?

"a fobia social é meu maior problema e a principal causa de todas as minhas tristezas. não aguento mais ser tão ansioso e ficar tão angustiado para fazer simples tarefas. tremo diante de situações banais. até para sair na porta de casa fico ansioso. a fobia social liquidou minha vida. sempre fui alguém muito triste e com um fardo muito pesado para carregar. a fobia social é o que me deixa mais deprimido." Sic.

"Comparações com outras pessoas, ficar pensando mt sobre mim mesma (procuro ñ pensar mt), encontrar conhecidos (atuais e antigos)...parece uma autocobrança constante...o pior é sentir-se travada para sair do lugar...." Sic.

"rotina, tédio, fobia social, angústias, depressão, ter quase 30 anos e ainda ser um fracassado, as sujeiras do mundo, os buracos que existem em minha casa, o chão do meu quarto que está afundando, a porra do "jornal hoje" a que meus pais assistem no almoço, domingo no parque, corinthians, flamengo, cbf, basquete, vôlei, fórmula um, a rua onde moro, as dores que sinto etc." Sic.

"Lembranças me deixam profundamente deprimido. Acho que vou carregar isso para o resto da minha vida." Sic.

"Eu não sei cara,
Todo mundo é tão feliz, todo mundo é tão legal, sabem conversar,
tem seus amigos, suas histórias...
Mas eu não tenho nada, sou feio, chato, ignorante, e matei aula hoje
por não suportar entrar naquela sala com minha turma..." Sic.

"O que me deixa mais deprimido é ter que viver em sociedade e me adequar a essa vidinha miserável de hipocrisia que todos levam, é ter que dispor de mais 90% da minha personalidade para não ser jugado como esquisito e estereotipado (e nem assim adianta) tenho que ficar dando sorrisinhos imbecís quando na verdade o que eu queria mesmo era sumir... " Sic.

"futebol, carnaval, novelas, domingão do faustão, gugu, programas de auditório, babaquices, parques cheios de gente jogando frescobol, rodas de chimarrão, baladas, escolas, campeonatos, telejornais, supermercados, ctgs, festa da uva, semana farroupilha, concursos de beleza, festa do peão, centenário do corinthians, seleção brasileira, sete de setembro, tropa de elite, todas essas merdas me deprimem." Sic.

"Pensar no meu passado e nas MILHARES de oportunidades perdidas. Pensar no meu namoro e fazer uma comparação do q ele poderia ser e oq ele é.. e olhar pra minha namorada me tratando com frieza por causa de ciume, sendo q eu nunca dei motivos nem ao menos pra ela desconfiar de mim..Falta de dinheiro e falta de esperança de conseguir ganhar dinheiro. sensação de q todas as portas estão fechadas pra mim. Pensar nas poucas amizades q eu ja tive e q desapareceram da minha vida,, pensar q eu não sou compatível com nenhuma das pessoas com as quais eu cresci.. e as vezes pensar q eu não sou compatível com ninguem!
Sentir q minha saúde não é mais a mesma de antes." Sic.

"Minha vida, e tudo o que fiz dela" Sic.


10 comentários:

Unknown disse...

Sensacional este post!

Luiz Guilherme de Almeida disse...

Puta post Gustavo..Acompanharei o blog sem dúvidas!
Cem anos de Solidão é um baita livro, bela referencia!

Emanuel Novais disse...

Cara, não sabia que de uma coisa tão depressiva poderia sair algo tão belo.
Infelizes são estas pessoas(e realmente o são), que não vêem igual a mim(talvez, nós?) o quanto, até mesmo nos momentos perdidos, nos fazemos fortes e não somos assim tão fracos.
Se não te ajudou, se anime. Pois a mim fez muito bem.
"Apenas quando perdemos tudo é que estamos livres".
E quando chegamos no fundo do poço, alegre-se, pois não há mais opção a não ser irmos para cima, não é mesmo?

Gustavo Rodrigues S. Dias disse...

João e Emanuel,

Obrigado. Não tem jeito, o ser humano é assim mesmo! Eu e o monte de iguais que estão por aí...
Apesar de ser um ponto de vista pesado, eu ainda acho uma graça desesperadora nisso tudo, talvez por poder notar isso tudo e em tudo.
Tem gente que vive e não vê nada disso.
Belas palavras, Emanuel, de algo bom valeu então eu ter escrito isso! rs

***
Lugui,

Seja bem vindo, camarada!

Abraços.

Unknown disse...

CACETADA!!!

Bruno Mateus disse...

Muito bom mesmo. Só acho que a autoflagelação é inútil, às vezes um caminho emo demais. Tudo é ruim, tudo está mal, tudo é imperfeito, eu sou assim, assado, ninguém gosta de mim, sou inútil, fracassado...
Pô, eu não estou aqui para ser crucificado ou para carregar uma cruz! Se Ele morreu assim, terei eu que fazer o mesmo? Tô fora...

Acho que o caminho é simplificar, ver a beleza nas coisas simples da vida.

É mais ou menos isso. Bom que poderemos render esse papo na mesa do bar.

Belo post, chano !!
abraços,

Eric Bustamante disse...

Se não tivesse carro, dinheiro para tomar cerveja e uma mulher gostosa não me acompanhasse eu seria assim. Se tivesse trinta e sete carros, doze caminhões de dinheiro e oitocentas e quarenta e seis mulheres gostosas me acompanhassem eu seria assim. A tristeza é o mal dos fracassados e dos supervalorizados. Os milionários e os pobres são tristes. Felizes são os que estão no meio. Por isso é que tanto os fracassados quanto os supervalorizados odeiam “o meio”. O segredo está no equilíbrio e na percepção do mundo em que vivemos.
Mas nem tudo é justo no mundo. Para que um capitalista seja feliz, é necessário que “n” fracassados sofram. Prefiro estar no meio...

Gustavo Rodrigues S. Dias disse...

Eric, confesso que passo horas e horas pensando nisso. Acredito ser um dos dilemas da minha vida. Até então, não achei muitas respostas PRÁTICAS, apenas teóricas.

Bora nós!

Anônimo disse...

bom sabe temho 17 anos e temho sofrido muito com a fobia social
minha familia acha que isso e frescura minha
eu temho fobia social eu nao dessejo iso pra niguem poz quem tem fobia social sobre muito
sabe gemte eu nao saio muito de casa eu nao vou a festas eu nao temho muitos amigos e vivo na solidao meu maior sonho e me curar da fobia social
tudo que eu quero e ter uma vida normal como todo mundo quero te um enprego quero te amigos quero aruma uma namorada bom espero que meus sonhos se realizem

Gustavo Rodrigues S. Dias disse...

Tudo passa, tudo tem que passar.