quinta-feira, setembro 02, 2010

Excretos

É impressionante como foi custoso e doloroso escrever o post anterior, que acabou por sair de forma incidental e nada programada. Na verdade havia muito tempo que não me deixava dominar pelas palavras ao invés de fazer o contrário.

Como bem relato no começo, era para ser a despedida de agosto, que tenho por mim como o mês do desgosto. Enfim, ele acaba, e dele eu saio vivo e todos à minha volta que eu gosto também estão ilesos. Incrível isso! Por um momento eu pensei que isso não iria acontecer! Maldito senso de humor sem senso algum.

É que na verdade eu não consegui ficar inerte diante de alguns cometários sobre o que eu havia escrito ontem. A grande verdade é que eu gosto que comentem os posts, todo mundo que tem um blog guarda para si um “q” de egocentrismo, daí a causa disso.

Mas vamos lá, voltando ao ponto.

Eu queria demonstrar que todo mundo tem o seu inferno. E o meu e o de mais de um monte de gente oscilava entre aquilo lá que está descrito. Tenho também o entendimento de que ninguém gosta de se relacionar com gente que só fala mal das coisas, ainda mais quando essas coisas estão empolgando a sua vida no momento e coisa e tal.

É serio! Por vezes pensei que meus amigos tinham que fazer um curso para aprenderem à conviver comigo, esse mutante instável.

Não é nada agradável, mas não se pode condenar também. Pois bem, quando dizem que essa visão é muito niilista, digo que sim, de fato o é. Contudo, é apenas mais uma realidade sobre um ponto de vista que outras pessoas enxergam, antagonicamente ao modo em que tem gente que vê passarinho azul em tumba de cemitério...

Fico pensando que essa coisa de fazer tipo não está com nada. O meu medo é de pensar que o blog é de alguém que quer fazer tipo ou pose. Eu não faço tipo nenhum e muito menos pose, e não tenho mais idade para fazer pose de nada também. Eu simplesmente quero mais é que se foda. Tudo.

Agora, se eu sempre fui assim, ou se eu não era assim, foda-se! Cresci, mudei, vi, vivi. E digo mais, pretendo mudar ainda mais na minha vida, não sou burro de mudar por fora e não mudar por dentro só para dizer que sou fiel a coisa e tal. Sou também cheio de contradições e pretendo ainda ter muito mais antes de morrer!

"E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti" Friedrich Nietzsche.

2 comentários:

Unknown disse...

Vou deixar algumas frases, balizados pelas palavras de Otto Lara Resende, que tem crônicas muito parecidas com o contexto que você vive e escreve. Lá vai.

"Há um lado pobre-diabo em mim. Os pobres-diabos logo farejam e se irmanizam, me perseguem, não me largam."

"Deus é humorista."

"O homem é um animal gratuito."

"Não quero tripudiar sobre ninguém. Junto a isto um insanável sentimento de simpatia, que me domina, por todos os decaídos."

"Abraço e punhalada a gente só dá em quem está perto."

E para mim, uma das TOPS:

"A tocaia é a grande contribuição de Minas à cultura universal."

Gustavo Rodrigues S. Dias disse...

João, bom palpite. Fui logo pesquisar sobre esse Otto Resende. Bem ácido. Gostei. Está na minha lista-de-leituras-futuras.

E fazendo também uma citação dele, temos que:

"Escrever é de amargar."

Boa.