quinta-feira, julho 12, 2007

Reflexões de outono

Já era tarde quando deu por si de que estava completamente só naquele ambiente, isso se deu por conta de que nem mesmo se importava com isso. Afinal, havia de fato se acostumado com a sua própria companhia, como todo egoísta, ele gostava muito de desfrutar do tempo acompanhado de si mesmo. Nunca lhe pareceu ser tão bom estar por ali sozinho.

É bem verdade que os últimos acontecimentos não o encorajavam muito, mas, na verdade, não era hora e nem momento de ficar pensando nessas coisas. A pauta era outra. Tinha que fazer alguma coisa por si mesmo, e, de fato, já estava fazendo. Resolvera sair sozinho para conversar consigo mesmo e ver um pouco do hábito humano. Talvez essa fosse sua forma de se julgar superior aos outros, quando, na verdade, é comum como todos...

A noite estava agradável, não fazia questão de nenhuma companhia. Estava se acostumando com isso e achava legal. Dispensara instrumentos que antes lhe tiravam a paciência, resolveu fazer as coisas para ele mesmo. Não se trata de egocentrismo, mas, pode ser uma questão de egoísmo. E viu que não precisava mais dar satisfações sobre as coisas que fazia e lugares para onde ia. Devia satisfações somente a si mesmo, mas ele não as cobrava.

Mesmo com algumas dificuldades, conseguiu se impor na vida. Tinha um prognóstico de futuro bastante atraente. Tinha alguns amigos, mesmo que pingados, mas eram fiéis. Isso era o que importava. Era uma pessoa que já havia brigado muito e por muitas coisas, mas agora conseguia enxergar que essa não era a melhor forma. Mas, tinha uma forma peculiar de brigar pelas coisas, tudo ao seu jeito. Muitas vezes exagerado e emotivo, e outras com alguma racionalidade. Ambas sempre o levaram ao mesmo lugar no fim das contas. Assim é a vida.

Com todos esses pensamentos em mente, o tempo corria, e ele nem mesmo notava isso. Deu mais uma olhada à sua volta e viu muita animação. Tá certo que não pactuava desta com aqueles, mas fazia um papel coadjuvante nisso tudo, não se importava muito com isso, pois, sabia que na verdade sua mais relevante questão dizia respeito a si mesmo.

Olhou para a rua e viu um grandioso fluxo de carros, tudo nos conformes para um sábado à noite. Refletiu para onde iriam essas pessoas, o que elas buscavam, e o que afinal estavam querendo. Será que aquele sábado faria parte de suas vidas ou seria apenas uma “quebra de ritmo” na vida? Não se sabe ao certo, certo é que ele já havia ido para vários lugares também, e agora, estava parado consigo mesmo. Pode ocorrer isso com eles também.

Acabou por concluir que o mundo se manteve em completo estado de movimentação, a vida fora tocada para frente por parte de todos enquanto ele esteve imerso em suas próprias complicações e prolixidades.
Restava a ele pegar o ritmo dela.

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