terça-feira, janeiro 30, 2007

Nada em (in) comum.

-Não to nada satisfeito com a minha vida!

-Não tá por quê? Lá vem você de novo!

-Ah cara, tá tudo muito tranqüilo, tudo muito previsível...

-Mas era você quem vivia reclamando das confusões que você arrumava e do tanto de coisa que tinha que ser resolvida? Você é louco!

-Pois é cara! To de saco cheio dessa monotonia!

-Eu não acredito nisso!

-É sério! Tá tudo muito calmo, e pra falar verdade, eu preferia como tava antes!

-Porra! Mas nada te agrada mesmo, hein?

-Eu sou assim mesmo. Mas agora é diferente.

-Diferente? Diferente como?

-Ao menos eu sei do que eu não to gostando...

-Mas isso você sempre soube!

-Pior que não! Eu achava que sabia...Eu sempre achei que sabia, mas nunca sei de verdade.

-Você é um maluco, isso sim.

-Mas pensa comigo se isso não faz sentido, eu nunca tô satisfeito com nada, não é isso?!

-Ué...Se você tá falando...

-Pois é, na verdade eu acho que eu não gosto de nada, ou então eu gosto um pouco de alguma coisa e depois não gosto mais, é tudo muito rápido. Não consigo me dar por satisfeito, sacou?

-Não. Você é um doido...

-Você já disse isso.

-...

-Mas não é culpa minha.

-Claro que é sua culpa!

-Não. Dessa vez não. Parece que essas coisas fazem a gente se sentir mais vivo, sabe?

-E você já se sentiu morto?

-Po...Não...

-Putz...

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