segunda-feira, janeiro 29, 2007

Parafraseando

- Você já pensou em sumir, sumir do mapa mesmo?

- Humm...Sumir?

- Sumir, cara. Desaparecer mesmo. Dar um tempo de tudo. Da vida, das pessoas...

- Ah, tá. Não, acho que não. Quer dizer... sei lá, tem horas que bate um desespero, que parece que nada dá certo, mas acho que nunca quis sumir não.

- Imagino...

- Por quê?

- Eu devo ser meio estranho então. Penso nisso direto.

- Você ta falando sério?

- Eu lá estou para brincadeiras? Penso nisso direto!

- Mas por quê?

- Pô, não sei dizer...As coisas não estão fáceis, sabe?

- Ah, fala sério! Também não é assim.

- É sim.-

Claro que não. Deixa de ser pessimista.

- Como se desse...

- Ih, pode parar. Não vem com esse papo de novo não.

- Tá bom.

- Você precisa mudar, cara.

- É, eu sei...

- Precisa se acostumar a ser feliz.

- Eu sei...

- E o que você tá fazendo pra conseguir isso?

- Não sei!

- Porra, não é possível. Você tem que fazer algo, cara!

- Todo mundo diz isso.

- Uai...Então porque você não faz nada?

- Acho que eu não sei o que fazer.

- Como não?

- Não sei, pô! Tudo que eu tento dá errado. Acho que eu só faço escolhas erradas, nunca vi.

- Isso é coisa da sua cabeça, na boa. Tem que acreditar mais, cara. Senão vai mesmo dar tudo errado sempre.

- É foda...

- Não, não é. Você que precisa mudar!

- Eu sei.

- Sabe?

- Não. Na verdade eu não sei de nada.

- Pois é. Aí é que tá o problema. Sabe do que você precisa?

- Do quê?

- Aprender a viver.

- E como eu faço isso?

- Pra começar, pára de querer fugir. Você tem que viver a realidade, porra.

- Mas isso não é tão simples assim...

- Claro que não é simples! Se relacionar com os outros é complicado. Mas você não pode viver sozinho!

- Por que não?

- Porque não dá, ora. Você vai viver se escondendo por aí?

- Acho que sim.

- Então, amigo, vai nessa. Só não diz depois que eu não avisei.

- Ok.

- Ah, só mais uma coisa...

- Fala.

- Desse jeito você vai ficar sozinho pra sempre.

- Eu sei.

- E isso não te incomoda?

- Talvez. Mas não tanto ao ponto de eu me preocupar agora.

- E por que não?

- Porque amanhã isso tudo pode mudar.

- Como assim?

- Ah, esquece. Eu sou muito instável.

- Tô vendo.

- É por isso que mantenho todo mundo longe de mim.

- Tarde demais, pois eu já to aqui. O que você vai fazer agora?

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