quinta-feira, junho 28, 2007

Do lado de lá

Então, ele respirou fundo, abriu os olhos vagarosamente e se levantou do chão, estava todo sujo, cheio de areia. Por sinal não havia mais ninguém por ali, não se ouviam mais vozes, não havia mais palavras, enfim, não havia ninguém a não ser ele, o céu e o artista principal, o mar.

Mal notara a leve chuva que teimava em cair naquele outono. A chuva caia com alguma tristeza, mesmo sendo dia, parecia que havia velas por toda a praia.

Então, sem pensar muito ele foi caminhando com passos pesados até a beira do mar, ouvia com cautela o barulho das ondas e se deliciava com os pés sendo envolvidos por areia e água, além da espuma branca.

Ele caminhou de encontro ao seu destino, antes, algo que parecia tão surreal estava agora bem próximo de ocorrer, havia sim alguma lógica nesse absurdo.

A chuva começou a cair com um pouco mais de violência e mal dava para ver a imensidão do oceano agregada ao horizonte distante. Agora sim, após uma reflexão, não havia mais nada que o prendesse ali, estava certo disso.

Abriu os braços para sentir um pouco da chuva que caia, lágrimas escorreram por seus olhos. A água fria da chuva contrastava com a morna água do mar, isso deve tê-lo feito despertar um pouco do seu estado de torpor em que se encontrava, afinal, água gelada é sempre bom.

A água fria trouxe uma sensação de alívio que anos de angústia haviam lhe tirado. Nada mais se via no horizonte.

Abraçou forte teu próprio corpo, pensou naquela música que sempre vinha à sua mente nestes momentos (Glory Box, da banda Portishead). E, adentrou naquela imensidão de água, rumo ao horizonte que não mais vislumbrava...

Enfim, colocou termo naquilo tudo.

Um comentário:

Anônimo disse...

O livro funcionou....